A volta dos alunos às salas de aulas em Bertioga, no Litoral Norte paulista, também permitiu a retomada das atividades presenciais do Programa Clorofila de Educação Ambiental nas escolas de Bertioga. Foi a vez da EM Genésio Sebastião dos Santos e da EE João Carlos do Rosário Lopes ganharem um novo projeto paisagistico, mudas, terra e toda a assessoria da equipe de educadoras da Sobloco.
No dia 4 de agosto, em um dia de sol e muita empolgação com a volta das aulas presenciais, estudantes, professores e a equipe do Programa Clorofila, plantaram mais de uma dezena de mudas de árvores, como ingás, ipês amarelos, jatobás, jambo, guanandi e muitas outras, no jardim da Escola Municipal Genésio Sebastião dos Santos, localizada no bairro Chácaras, em Bertioga. O evento marcou o início da implementação do novo projeto paisagístico da escola, feito em colaboração entre representantes do centro de ensino e a equipe do Clorofila, iniciativa da Riviera de São Lourenço, por meio da construtora Sobloco. Essa é a 25ª escola a se tornar parceira do programa, que existe há 29 anos e já envolveu mais de 20 mil crianças e jovens.
Nesse dia, alunos de 6 a 10 anos deram um simbólico passo para se tornarem mais pró-ativos em sua relação com o meio ambiente. A partir de agora, os educadores ambientais da Sobloco unirão esforços com os professores para orientar os mais de 600 alunos da escola sobre como lidar com as plantas que fazem parte do projeto paisagístico. Em uma próxima etapa, eles aprenderão técnicas de compostagem e como manter a horta que também está sendo implantada.
Já na terça feira, 10, foi a vez da Escola Estadual João Carlos do Rosário Lopes, que já é parceira do Clorofila desde 2011, receber uma injeção de ânimo na revitalização de seu jardim. Estudantes, professores e educadores ambientais plantaram mudas de pau brasil, íris roxa, guaimbê, jasmim dos poetas e alpínea vermelha, guanandi, entre outras, na calçada e na nova área de descanso para os professores.
A escola do fundamental 2 e Ensino Médio do Jardim Vista Linda passou por reformas e o seu jardim tinha ficado muito degradado. “Após a reforma, a nossa escola precisava ganhar um outro ar, mais arejado, mais receptivo. Então, lancei a ideia de reforçar nossa parceria com o Clorofila e fazer um novo projeto paisagístico. O grêmio e os professores se empenharam muito e colocaram em prática junto com o pessoal do programa. Esse resultado é fruto do trabalho deles”, afirmou Renata Alves Gonçalves Dias, que é diretora da escola desde 2012.
Desde junho, professores, funcionários, alunos do grêmio e a direção vêm se reunindo com os educadores ambientais da Sobloco para elaborar o novo projeto paisagístico da escola, que previu um jardim vertical e uma área de descanso para os professores.
O professor de artes Celso Antonio Soares Cruz coordenou os alunos do grêmio na criação da estrutura para o jardim vertical e de um painel que foi pintado em um muro da escola. “Eles fizeram os pallets. Um pintou, o outro pendurou na parede. Eu falei para eles: prometemos agora vai ter que sair. E deu certo!”
Espécies que já haviam sido plantadas em outubro de 2011, quando foi inaugurada a parceria do Clorofila com a escola, foram aproveitadas no projeto. Passados 10 anos, muitas delas estão bem desenvolvidas e ajudam a compor o novo ambiente.
A professora de história Angela Pilla, que há três anos leciona nessa escola, plantou a muda de pau-brasil, árvore que deu origem ao nome do nosso país. “A gente fala tanto no pau-brasil quando conta a história do Brasil Colônia, mas quase ninguém conhece. Foi uma espécie tão explorada e não houve reflorestamento. É muito importante para as crianças verem essa árvore. Antes eu falava para eles observarem lá no Forte, mas, agora, eles vão ter um exemplar aqui”, afirmou enquanto colocava terra na árvore que decora a calçada da escola.
“A missão do Clorofila é permitir que as crianças vivenciem essa experiência de mudar o seu ambiente através de suas próprias mãos, mostrar quão grande pode ser a sua contribuição e levá-las a compreender o seu papel no cuidado com o ambiente mais próximo de si. Essa é a semente que o programa vem deixando ao longo desses 29 anos no coração de cada cidadão de Bertioga que viveu essa experiência conosco”, afirma Cristina Peres, educadora ambiental da Sobloco e coordenadora do programa.
A diretora de gestão pedagógica da secretaria da Educação de Bertioga, Cristina Quintella Squillante, que acompanha o programa há quase 24 anos, elogia a longeva iniciativa. “Em um momento em que as crianças passam muito tempo com o celular e assistindo televisão, essa experiência de plantar, ver crescer e degustar um alimento é muito especial. Por isso, é uma alegria ver mais uma escola se tornando parceira do Clorofila”, observa.
Para a diretora adjunta de marketing da Sobloco, Beatriz Almeida, manter o Programa Clorofila por 29 anos ininterruptos faz parte da filosofia da empresa, que é o de promover a educação e a cultura na cidade. “Queremos que esses estudantes desenvolvam uma afetividade com relação ao seu espaço escolar, que cultivem um olhar mais sensível com a natureza e com os mais variados processos e se tornem pró-ativos nas diversas frentes do desenvolvimento sustentável. Essa consciência começa no ambiente mais próximo da criança que é sua casa, sua escola”, afirma”. São quase 30 anos de atividades do Programa, já estamos na segunda geração de um trabalho constante e muito responsável aqui em Bertioga”.
Veja aqui todas as fotos da inauguração do Clorofila na EM Genésio Sebastião dos Santos
Veja aqui todas as fotos da revitalização dos trabalhos na EE João Carlos do Rosário Lopes
Clorofila
O Programa Clorofila de Educação Ambiental destaca-se pela diversidade das frentes de trabalho, que compreendem a produção e manejo de hortas nas escolas, culinária saudável, cursos para jovens, plantios, oficinas de reciclagem, feiras de meio ambiente e o Prêmio Atitude Ambiental, realizado anualmente. A proposta é que o professor seja o grande agente disseminador de novos conceitos de sustentabilidade para o público-alvo das atividades.
Nesses 29 anos de vida, o Programa Clorofila de Educação Ambiental pode ser considerado um sucesso: atingiu – e modificou! – diretamente mais de 20 mil estudantes e, indiretamente, seus familiares, amigos e vizinhos. Em 2009, sua importância e abrangência levou a Prefeitura de Bertioga a formalizar uma parceria entre ele e a Secretaria de Educação e Desenvolvimento Cultural, parceria esta fundamental para o município na obtenção e renovação do Selo Verde Azul, conferido pelo governo do Estado. E atualmente, a Sobloco atua em 25 escolas, também chamadas de “parceiras”, envolvendo a todas em diversas frentes de trabalho.
A todo vapor
Com a volta dos alunos às salas de aulas, o programa Clorofila também retoma iniciativas como o projeto “Agenda 21 na Escola” (em que grupos de alunos repensam como tornar sua escola e sua cidade mais sustentável), feiras de trocas, a cantina saudável (que ensina aproveitar todo o potencial do alimento, como cascas e sementes). Neste segundo semestre, também acontecerá mais uma edição do prêmio Atitude Ambiental, que irá mobilizar as escolas parceiras a propor soluções criativas para promover a proteção do meio ambiente. Os temas para 2021 são “Plantas que curam” para alunos do do 1º ao 7º. Ano, prevendo uma ampla pesquisa sobre as formas tradicionais de uso das plantas para cura de enfermidades diversas ou para aumento de bem estar; e “Bertioga Sustentável”, propondo aos alunos mais velhos, do 8º. Ano do Ensino Fundamental II ao 3º. ano do Ensino Médio uma reflexão propositiva sobre a cidade de Bertioga.
A Caravana da Primavera, que tradicionalmente promove ações fora do ambiente escolar, acontecerá em 26 de outubro. Duas atividades já estão confirmadas: a criação de uma horta comunitária em parceria com uma igreja no bairro Chácaras (com o intuito de gerar renda para a comunidade) e uma horta dentro de um condomínio também de Bertioga.